Quando eu era um jovem alpinista cheio de energia, quis escalar uma falésia de 800 metros sem corda nem qualquer outro meio de segurança. Pouco depois de ter começado a escalada, vi que o rochedo estava coberto por uma fina camada de gelo, na qual não tinha reparado antes. Cada um dos meus movimentos foi uma luta de sobrevivência; cheguei a pensar que ia cair. Até que cheguei a um sítio onde o rochedo tinha uma boa saliência para me apoiar e suspirei de alívio. Nessa altura veio à minha mente este pensamento: «Que lugar ocupa Deus na minha vida?»
Nessa altura tive consciência da minha atitude arrogante para com o meu Criador, e não só no domínio do desporto. O que me aconteceria se eu perdesse a vida? Na minha grande fraqueza, Deus revelou-se a mim. Que momento indescritível quando compreendi que Deus me amava com amor infinito e que tinha para mim as melhores intenções.
E recomposto, consegui percorrer a última etapa da falésia e chegar lá acima. Voltei a casa por um caminho muito menos perigoso e com uma nova vida.
H.S., guia de montanha na Áustria
Texto da semana: Tiago 4.10-16